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11/06/2015

Entrevista a Manuel Pinéu, treinador que levou a AD Quinta do Conde à 1.ª Distrital
“ Por tudo o que fizemos esta foi uma subida merecida”

A AD Quinta do Conde garantiu a promoção à 1.ª divisão distrital de futebol na última jornada do campeonato da 2.ª divisão distrital de futebol, acompanhando os Pescadores na subida de divisão. Um feito histórico para o clube do concelho de Sesimbra, que pela primeira vez no seu historial ascende ao escalão principal do futebol distrital da AF de Setúbal, depois de em épocas anteriores ter falhado esse objectivo. Um dos grandes obreiros desta subida foi sem dúvidas algumas o treinador Manuel Pinéu, pela sua persistência, dedicação e qualidade do seu trabalho, que viriam a dar os frutos desejados. O DIÁRIO DA REGIÃO foi ao encontro de Manuel Pinéu, que em entrevista abordou a época desportiva de sucesso, que culminaria na obtenção de um marco histórico para a AD Quinta do Conde.

A AD Quinta do Conde conseguiu a subida à 1.ª distrital. Era este o objectivo traçado no início da época?
Estou na ADQC á quatro épocas; a primeira como director desportivo e as últimas três como treinador principal e em todas elas o objectivo foi sempre o mesmo, subirmos à 1.ª Distrital. Portanto, e em resposta à sua pergunta, esta época que termina o nosso foco era efectivamente subir-mos de divisão.

O plantel às suas ordens oferecia-lhe garantias de uma época de sucesso?
Quando temos a possibilidade de escolhermos o plantel (dentro das nossas possibilidades) é porque acreditamos que estes seriam os jogadores certos para alcançarmos esse objectivo. É verdade que a meio da época tivemos que fazer alguns acertos cirúrgicos e que vieram a resultar em pleno. Penso que cada vez mais com as dificuldades financeiras existentes no futebol, temos que saber "vender" três situações aos atletas (objectivos, condições de trabalho e pessoas)

A prestação da equipa na 1.ª fase correspondeu ao que dela esperava?
 Na primeira fase da época a nossa prestação digamos que, exceptuando os dois pontos perdidos nas Lagameças e o empate em casa do Paio Pires quando estivemos a ganhar por 2-0 muito perto do minuto 90 e viemos a permitir o empate, terão sido os resultados menos positivos. Sabia-mos que esta 1ª fase serve para um conhecimento mais profundo da equipa e da sua forma de reagir em várias situações e que teríamos, desde que a distância para os nossos adversários não fosse considerável, ainda toda uma 2.ª fase para rectificar.

Uma 2.ª fase espectacular com apenas uma única derrota?
A 2.ª fase ficou marcada pela primeira e única derrota em casa dos Pescadores por 2-0. Aí houve um toque a reunir das "tropas", fomos mais exigentes com o que queríamos dos atletas e connosco próprios equipa técnica, tivemos uma semana difícil com aquilo a que chamamos " chamar os bois pelos nomes" e resultou. Nos outros 13 jogos ganhamos 9 e empatamos 4, fomos a equipa com o melhor ataque com 39 golos e a melhor defesa em igualdade com a equipa dos Pescadores com 7 golos sofridos. No processo ofensivo destaco o nosso avançado Amândio Ramião, que se sagrou o melhor artilheiro deste campeonato com 26 golos.

A luta pela subida com o Vasco da Gama foi renhida e só ficou decidida na última jornada?
Acho que a grande virtude da nossa equipa foi o respeito para com todos os nossos adversários, aqui entra e de que maneira a equipa do Vasco da Gama de Sines, pela qualidade que têm e por ser na minha opinião uma equipa mais experiente que a nossa. Mas estávamos confiantes na vontade no querer e na evolução que os nosso atletas foram atingindo ao longo do campeonato, este formato da 2.ª distrital permite fazer quatro jogos com a mesma equipa o que faz com que tenhamos um conhecimento melhor do adversário, a juntar ao facto de ter-mos na nossa equipa técnica um elemento que faz a observação da equipa adversária e de eu próprio me ter deslocado a Sines aquando das meias-finais da Taça em que jogaram contra o Almada. Estudámos bem o Vasco e treinamos a semana que antecedeu esse jogo a dar toda a informação possível aos nossos jogadores, resultou bem. Por tudo o que fizemos a nossa subida foi merecida.

A quem atribui os méritos desta subida?
Obreiros para este feito, muita gente. Podia aqui destacar muitas pessoas (e foram mesmo muitas), mas a grande verdade é que por todas as condições que o clube possa dar, que o departamento médico possa fazer, por bons ou maus treinos que os treinadores possam fazer, os grandes obreiros são os JOGADORES que interpretam, tomam as decisões lá dentro para o bem ou para o mal, neste caso foi para o bem.

Na hora de festejar a subida a quem dedica esta saborosa conquista?
Esta vitória da minha parte é dedicada a muita gente, mas a minha família pelo apoio merece um lugar de destaque. Ao meu Presidente por ter sempre confiado na minha pessoa e a todos os jogadores dos quais quero destacar o Diogo Bernardo e Alberto Soeiro. Ambos não puderam ajudar ao domingo ( o grupo sabe as razões), mas sempre estiveram com a nossa família.

A AD Quinta do Conde reúne condições para disputar a 1.ª distrital?
Um clube que tem três campos sintéticos, oito balneários, um posto médico à altura, uma formação que tem todos os escalões, pessoas dedicadas, acho que sim, que tem todas as condições para estabilizar na 1.ª distrital. Temos que ter é mais gente no nosso campo a apoiar, os jogadores merecem.

O seu futuro passa pela continuidade na AD Quinta do Conde?
O presidente do clube faltavam quatro jornadas para terminar a época, mais precisamente na semana que antecedeu o jogo com o Alcacerense, marcou uma reunião comigo no primeiro treino da semana e disse-me independentemente do que viesse a acontecer, que contava comigo e com a minha restante equipa técnica para a próxima época. Portanto, e como é normal, a nossa continuidade vai ser uma certeza. Como nota final quero dar os parabéns ao Barreirense pela subida ao CNS, e aos Pescadores pela subida e conquista do 1.º lugar. Foi um campeão justíssimo.


JOÃO FERNANDES


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