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06/06/2014

Entrevista de João Racha jogador da UDC Banheirense ao DIÁRIO DA REGIÃO
“ Jovem talento esquerdino recuperou a alegria de jogar futebol”

João Filipe Sousa Racha, é um jovem talento que aos 22 anos de idade tenta relançar a sua carreira de futebolista na UDC Banheirense, depois de um período conturbado da sua vida onde chegou a equacionar desistir do futebol. Um esquerdino nato, um excelente executante técnico que já passou por clubes como o Benfica, Vitória de Setúbal e Barreirense, e que recuperou a alegria de jogar futebol . O DIÁRIO DA REGIÃO foi ao seu encontro e aqui fica a entrevista onde o jovem jogador fala do passado, do presente e do seu futuro enquanto futebolista.

João Racha fala-nos um pouco de ti. Onde te iniciaste para o futebol e que títulos conquistaste?
Posso dizer que nasci com o “bichinho” do futebol. Ainda muito pequeno e quando mal sabia falar, já eu dava chutos na bola. Iniciei a minha carreira como jogador no Galitos FC, na categoria de escolinhas onde estive dois anos e começei a dar nas vistas. Seguiu-se o SL Benfica durante quatro anos onde cheguei a representar a selecção de Lisboa. Ingressei de seguida no Vitória de Setúbal, onde estive 4 épocas tendo passado pela selecção distrital e também pela selecção nacional. Na minha primeira época como sénior fui para Paris representar o US Creteil Lusitanos. Uma experiência que não correu como eu esperava, tendo de regressar ás minhas origens, à minha cidade (Barreiro) tendo ingressado no Barreirense FC. Na actualidade com 22 anos encontro-me a representar o Banheirense. Os títulos mais importantes na minha carreira futebolística foram os de campeão nacional ao serviço do Benfica nos escalões de Infantis e Iniciados, e enquanto senior o título de campeão distrital pelo Barreirense e vencedor da Taça AF de Setúbal pelo mesmo clube.

Quais são as tuas características de jogador?
As minhas principais características são a velocidade, aceleração, técnica e remate. Sendo eu um jogador canhoto estas são as principais devido às posições que fiz e faço actualmente. Posso dizer que ao longo dos anos fiz todas as posições do meio-campo para a frente, chegando também a fazer de lateral esquerdo.

Como te correram as duas épocas que estiveste ao serviço do Barreirense? Porque saíste?
Na 1ª época enquanto jogador e tendo feito metade da respectiva, num aspecto geral posso dizer que foi positiva pois cresci como jogador e ajudei com alguns golos o Barreirense a ser campeão distrital. A 2ª época não foi lá muito positiva pois joguei muito pouco e na minha idade é crucial jogar-mos independentemente do clube onde estiver-mos. Como estava insatisfeito pela minha pouca utilização acabei por saír, e sinceramente a minha vida pessoal também não estava fácil devido à morte de um familiar que me acompanhava para todo o lado, e se tinha intenções de vingar no futebol era por ele também, por ser um lutador e ter uma força de vontade do outro mundo. Pensei mesmo em desistir e largar o futebol.

Eis que surge o convite da UDC Banheirense?
Quando saí do Barreirense disse a mim mesmo que não iria voltar a jogar futebol, tinha perdido todo o interesse em ser jogador. No início da época passada o U. Banheirense contactou-me para saber se eu estaria interessado em ingressar no clube, mas a minha resposta foi não porque não me sentia em condições psicológicas e com medo que fosse mais um ano negativo.

Acabaste por aceitar o convite? Como te tem corrido a ti e ao Banheirense a época?
São em pequenos pormenores que se vê as pessoas com quem lidamos. Foi o mister Pardal e o Mister Nuno que fizeram-me acreditar que poderia voltar a ter aquela vontade de jogar e mostrar o meu valor. Eles foram os responsáveis pela boa época que realizei, deram-me tanto nas orelhas e ajudaram-me a corrigir os meus erros. Mas é claro que não conseguiria se não tivesse a ajuda de um excelente plantel,onde voltei a sorrir e a ser feliz num clube humilde cheio de boas pessoas onde criei novas grandes amizades e que acreditaram em mim ajudando-me a ajudar o Banheirense. Até ao momento marquei 11 golos no campeonato e 3 na taça e fiz várias assisências para golo. A nível de clube tem sido uma época extraordinária onde somos a equipa sensação do campeonato, porque ninguém acreditaria que um clube recém-promovido à 1ª distrital iria fazer o que tem feito, mas tudo isto se deve à humildade e ao trabalho que é feito três vezes por semana em condições limitadas...super limitadas.

Já te surgiram convites de outras equipas? Gostavas de relançar a tua carreira e ser profissional de futebol?
Até ao momento ainda não surgiu proposta nenhuma para mudar de clube e apenas estou focado em ajudar o Banheirense. Quem sabe depois de a época terminar e se tiver uma boa proposta, não possa vir a tomar um novo rumo na minha carreira.Se gostaria de chegar a profissional? Quem não gostaria... é o sonho de qualquer criança que tem o futebol como paixão, mas hoje em dia o talento não é tudo e jogadores como eu à muitos nos distritais que por não terem aquela pontinha de sorte, hoje podiam estar na 1ª liga e não estão.

Numa síntese geral qual o balanço que fazes desta edição 2013/2014 do campeonato distrital e da final da taça perdida para o Amora?
Foi um campeonato muito competitivo onde o Fabril acabou por se destacar e merecer o título de campeão.Em relação ás arbitragens não fiquei muito contente pelo facto de o Banheirense ser um clube “pequeno” e ter sido desrespeitado ao ponto de nos “roubarem” em alguns jogos o que nos prejudicou em termos de pontos perdidos. Neste campeonato foi a única coisa que sinceramente achei abaixo das minha expectativas, as arbitragens. Em relação à taça foi uma grande tristeza chegar tão longe e ter feito algo histórico para o clube e não ter-mos vencido. Fizemos de tudo para ganhar mas não nos foi possível e só tenho que felicitar o Amora pela conquista da taça. Para terminar quero deixar mais uma vez rasgados elogios a esta equipa técnica e ao plantel por ter-mos conseguido combater contra tudo e contra todos com o talento, humildade e muita vontade de trabalhar. Esses foram os nossos principais trunfos.

JOÃO FERNANDES


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