Luís Bonifácio, sagrou-se campeão 2013/2014 ao
serviço do Fabril do Barreiro
“
Guarda-Redes conquistou o sexto título da sua carreira”
Luís
Bonifácio, nasceu no Rosário (Moita) e foi precisamente ao serviço do clube da
sua terra o Marítimo Rosarense, que conquistou na época 95/96 o seu primeiro
título. A época passada sagrou-se campeão distrital ao serviço do Fabril do
Barreiro, alcançando o sexto título da sua carreira, o que faz dele o
guarda-redes da distrital da AF de Setúbal com mais títulos conquistados. Aos
37 anos de idade e com 17 de carreira, Luís Bonifácio está de saída do Fabril
mas pretende continuar no activo e manter viva a sua paixão pelo futebol. O
DIÁRIO DA REGIÃO, foi ao encontro do experiente guarda-redes e aqui fica a
entrevista onde o mesmo aborda o passado, o presente e o futuro.
Luís Bonifácio fala-nos dos teus 17
anos de carreira?
Começei
a jogar futebol aos 8 anos de idade no Beira Mar Gaiense. De seguida ingressei
no Barreirense, clube onde fiz toda a minha formação tendo passado pelos
escalões de Iniciados, Juvenis e Juniores, sempre como titular. Na minha
primeira época como senior acabei dispensado pelo Barreirense, fui para o
Marítimo Rosarense onde estive três épocas, nas quais conquistei o meu primeiro
título na época 95/96, quando fomos campeões da 2ª distrital. Seguiram-se o GD
Fabril (1 época), o Palmelense (4 épocas), o Estrela Vendas Novas (4 épocas)
onde conquistei três títulos: taça Évora, campeão da 1ª distrital e campeão da
3ª nacional, regressando na época 2012/2013 ao Fabril (2 épocas).
Balanço das duas épocas no Fabril?
Sabor da conquista de mais um título?
Na
primeira época com Conhé não fui opção durante toda a temporada. Na segunda
começei como titular e ao fim de dez jogos com a equipa em 1º lugar com cinco
pontos de avanço do segundo e sem qualquer explicação por parte do treinador
Manuel Correia, fui relegado para o banco de suplentes. Voltei à titularidade
na fase decisiva do campeonato no jogo em que vencemos o Amora em casa e demos
um passo de gigante para a conquista do título e joguei até ao fim. O balanço
acaba por ser positivo pois contribuí para a conquista do título de campeão
distrital alcançado pelo Fabril. Numa carreira de 17 anos e já com a conquista
de cinco títulos, este foi mais um. Claro que é sempre bom ser campeão, um
título é sempre um título mas nada a que eu não estivesse acostumado pois foi o
sexto da minha carreira.
Quais os melhores e os piores
momentos da tua carreira?
Ao
longo de todos estes anos a minha passagem
por Vendas Novas foi a mais marcante, uma cidade onde fui muito bem
recebido pelas pessoas e retribuí a minha gratidão com a conquista de três
títulos nas quatro épocas que lá estive. Jamais esquecerei quando ali
conquistei o título da 3ª divisão e fomos recebidos como uns heróis por toda a
cidade, assim como, ficará para sempre guardado na minha memória a conquista da
taça da AF Évora, cuja decisão foi através da marca de grandes penalidades, em
que marquei o penalty decisivo e defendi cinco grandes penalidades. Outro
grande momento foi o meu segundo título com a camisola do M.Rosarense, onde no
jogo decisivo frente ao M.Caparica, e depois de estar-mos a vencer por 1 – 0,
consegui com grandes intervenções que o resultado se mantivesse até ao final e
nos desse o título de campeões. Nos piores momentos destaco um momento de
aflição quando jogava na 2ª divisão nacional no Vendas Novas, em que por pouco
não vi a minha perna ser amputada, a frustração sentida por uma não subida à 3ª
divisão em que terminámos o campeonato com os mesmos pontos do campeão e a
minha chegada ao Fabril em que pela primeira vez na minha carreira não fui
opção durante toda a época
Olhando para trás pensas que
poderias ter chegado mais longe?
Penso
que poderia ter atingido um nível mais elevado mas nunca fui profissional a
100%, tendo sempre conciliado o futebol com o trabalho. Estive sempre em clubes
que lutavam pela subida e só por uma vez me senti tentado a arriscar como
profissional num clube (Nacional da Madeira).
Quais os requisitos para se ser um
bom guarda-redes?
Na
minha opinião um guarda-redes antes de mais tem que ter capacidade de liderança
na sua posição corrigindo os erros dos defesas (posicionamento/marcação), um
guarda-redes forte fora dos postes e a saber jogar bem com os pés. As minhas
qualidades técnicas passam por ser forte nos cruzamentos. Para mim a nível
nacional o Rui Patrício é o melhor e a nível internacional aponto o Manuel
Neuer(g.redes do Bayern e da selecção alemã), como o melhor do mundo.
O Luís Bonifácio está de saída do
Fabril? È o ponto final na carreira?
Apercebi-me
antes da época terminar que não fazia parte dos planos do treinador para a próxima
época, pois Manuel Correia não apreciava a experiência dos mais velhos, o meu
caso e o do Paulo Catarino. Eu sentia que tinha condições para efectuar mais
uma época ao meu nível, mas respeito a decisão do treinador. Não me considero
acabado para o futebol, penso continuar a jogar e que a minha experiência de 17
anos a defender as balizas poderá ser útil a algum clube que tenha pretensões
de lutar por algum título. Gostava de conquistar o meu sétimo título, Quando
não me sentir em condições físicas e psicológicas serei o primeiro a pendurar
as luvas.
Futuro?
Quando
pendurar as luvas quero ficar ligado ao futebol como treinador de guarda-redes
e transmitir aos mais novos a minha experiência destes anos todos no futebol.
Para já vou-me iniciar no Playhouse(Jardia) onde serei o treinador de
guarda-redes dos escalões de infantis, escolinhas e iniciados.
Que conselhos darias aos mais
jovens?
Para
todos aqueles que pretendem seguir a posição de guarda-redes no futebol, quero
lhes dizer que trabalhem muito e acreditem nas suas potencialidades. Com
trabalho e dedicação podem chegar lá...
JOÃO FERNANDES
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