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25/06/2012


Futebol –  José Carlos conseguiu salvar o Sarilhense da descida
“ Em Sarilhos existe gente com capacidade para treinar o clube”

Não foi uma época fácil, a última, vivida pelo 1º Maio Sarilhense, um histórico do futebol distrital, que apenas na última jornada do campeonato, conseguiu à manutenção. Foram muitos os treinadores que ao longo da época passaram pelo comando técnico da equipa sarilhense, mas foi com José Carlos, um homem da casa, que a manutenção foi garantida. Em entrevista ao DIÁRIO DA REGIÃO José Carlos não esconde a alegria por ter conseguido que o clube da sua terra e do seu coração, se mantivesse na 1ª distrital, mas ao mesmo tempo, não esconde o seu desagrado pela forma como decorreu a época desportiva 2011/2012.

Como sarilhense, como dirigente, mais tarde como treinador, que análise faz da época desportiva do 1º Maio Sarilhense, que foi bastante atribulada?

A época 2011/2012 não foi bem planeada. Eu estava indigitado para ser o diretor desportivo, e em conjunto com o presidente, planificariamos a época, mas desde logo, em reunião do presidente com os capitães de equipa, e outras pessoas, e sem a minha presença, foi escolhida a equipa técnica, que acabou por não assumir funções. O presidente resolveu então apostar numa nova equipa técnica, e num novo diretor desportivo, tendo eu sido convidado para adjunto do treinador Luís Gonçalves, o que não aceitei, pois a minha missão seria a de diretor desportivo.

Um facto inédito, ao longo da época desportiva, foram cinco os treinadores que passaram pelo comando técnico da equipa?

O 1º Maio Sarilhense, apenas precisava de um só treinador, o resto o clube não necessitava, pois somos uma terra de futebolistas e dirigentes competentes que sabem a mística deste clube, e dispostos a trabalhar em prol do mesmo. Tudo começou desde o início da época, sobretudo na escolha do plantel que não foi a mais acertada. Com o decorrer da mesma, deu-se o abandono de grande parte desses jogadores, o que levou à entrada sucessiva de vários técnicos, que também eles foram abandonando por falta de condições para realizarem o seu trabalho.

Quais os motivos que o levaram a voltar como adjunto de Joaquim Chora? E mais tarde após a saída deste, assumir o cargo de treinador?

Aceitei o convite, pois já conhecia o Chora à muitos anos do mundo do futebol, sempre fomos amigos,e eu como amigo do 1º Maio, e do presidente, num momento difícil que o clube atravessava, não podia dizer não ao clube da minha terra e do meu coração.Por motivos de saúde o Chora teve que abandonar, e eu como sou solidário, também o quis acompanhar na saída, mas ele demoveu-me dessa ideia e pediu para eu assumir o comando da equipa.

Mas sabia que era um risco pegar na equipa num momento difícil que o clube passava? Como motivou os jogadores?

Quando assumi apenas tinhamos 15/16 jogadores, em que alguns por motivos profissionais nem sequer podiam treinar. Houve dias, semanas, em que nem sequer efectuamos qualquer treino, e aos domingos tinhamos no máximo 14 jogadores e apenas um guarda redes. Sendo eu de Sarilhos, e habituado a que o 1º Maio sempre tivesse uma mística bairrista, sendo um clube respeitado e conceituado, consegui incutir nos jogadores, na sua maioria jovens, que este é um clube onde tem que se jogar por amor à camisola.

Mesmo com todos esses condicionalismos o 1º Maio conseguiu a manutenção? O que sentiu?

Mesmo contra a vontade de muita gente de Sarilhos, inclusivé dirgentes, que já nos davam como condenados muito antes do campeonato terminar, isso fez com que eu tivesse mais ânimo para dar a volta à situação, pois não admito que este clube caminhe para o abismo, mesmo tendo nós alcançado a manutenção na derradeira jornada. Senti um grande orgulho por o 1º Maio não descer, e a nível pessoal como responsável pela equipa o orgulho ainda foi maior, pois com a ajuda dos meus jogadores calamos a boca a “esses” que nos auguravam um fim triste. A mim como sarilhense deu-me um grande gozo mostrar aos dirigentes que não precisamos de grandes “experts do futebol” no nosso clube, em Sarilhos à pessoas com capacidade para tal efeito.

Que futuro prevê para o seu 1º Maio Sarilhense? E a nível pessoal?

Na actualidade o 1º Maio é um clube que tem vindo a perder as suas raízes, com o futuro indefenido, todo o esforço do nosso presidente em dotar o clube das magnifícas infra estruturas que temos, dignas e invejáveis em comparação com outros clubes, está em risco de ficar degradado, sendo cada vez mais o afastamento das “famílias” sarilhenses em relação ao clube. Quanto a mim, cumpri a minha missão com grande sacrificio pessoal e familiar, apenas lamento que não me tivessem dado a mim e aos meus jogadores, que foram dignos da camisola que envergaram, o tratamento que o clube dá aos outros técnicos que trabalham na formação, sendo pagos para isso. Quero esclarecer os pais dos atletas da formação que as mensalidades dos seus filhos nunca foram canalizadas para o futebol senior. Estarei sempre disponível para ajudar o clube desde que haja condições para o fazer, mas estou preocupado com a falta de liderança do nosso presidente, pois há muitas situações da vida do clube que lhe passam ao lado, pois todos os outros dirigentes assumem o papel que devia ser o do presidente.

João Fernandes In DIÁRIO DA REGIÃO 25/6/2012

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