COMÉRCIO INDÚSTRIA 3 - 3 GRANDOLENSE
Num jogo muito agradável de acompanhar, o Comércio e Indústria realizou um bom trabalho no desenvolvimento das acções ofensivas e, num caminho de “normalidade”, teria os três pontos à sua disposição, mas a verdade é que em três momentos defensivos a equipa sadina claudicou e assim deitou por terra aquilo que produziu do meio campo para a frente. Na primeira parte, os sadinos, com o vento pelas costas, criaram um punhado de lances muito bem desenhados mas não os concretizou e logo depois do intervalo vieram as oscilações na defesa.
Muito vento e frio no Campo da Bela Vista que, contudo, não chegaram para arrefecer o jogo praticado por sadinos e grandolenses que chegaram a aquecer as bancadas com vários momentos de bom futebol. No saldo, o Comércio foi, sem dúvida, a melhor equipa em campo, com o futebol mais bem desenhado e com mais apontamentos de ordem técnica, aspectos que lhe deixariam o triunfo à mercê, mas em três momentos defensivos a equipa oscilou e o Grandolense, como lhe competia, aproveitou para marcar e obrigar os alvinegros a correrem em busca da recuperação de duas situações sucessivas de desvantagem, isto já na segunda parte.
Inicialmente, com o vento pelas costas, o Comércio, sempre com Besugo, bem suportado pela coordenação defensiva de Marquinhos no “miolo”, a pegar no jogo com criatividade, criou uma mão cheia de ocasiões ofensivas muito boas e bem poderia ter chegado ao descanso com uma vantagem mais gorda do que o simples 1-0. Neste período, os sadinos estavam claramernte por cima e o Grandolense sentia muita dificuldade em sair para o meio campo ofensivo, criando somente uma situação isolada, em que Karadas, de cabeça, podia ter feito melhor do que atirar a bola ao lado do poste. O Comércio jogava rápido, ao primeiro toque, e com uma excelente articulação entre a linha de meio campo, os alas e o avançado centro, proporcionando um espectáculo promissor aos seus adeptos.
REVIRAVOLTA: Chegou-se ao intervalo com um cenário optimista para os setubalenses mas as coisas não se manteriam assim por muito tempo, já que logo aos 50 minutos veio o golo do empate, num lance em que o guarda-redes Gustavo teve responsabilidade porque não avaliou devidamente o efeito do vento e ficou na expectativa em vez de anrtecipar a trajectória da bola, chegando os alentejanos à vantagem cerca de 10 minutos depois, e de novo num lance fortuito (porque a toada atacante era sempre do Comércio), em que a defesa sadina, agora Nuno, não esteve bem.
Foi um período negativo do Comércio, quase a entregar de mão beijada a iniciativa ao adversário, mas escassos minutos volvidos, Madruga ganha a bola às entrada do seu meio campo e serve de imediato Carrilho que não teve dúvidas em rematar com rapidez e intenção para repor a igualdade, ainda que também aqui o “keeper” do Grandolense não tenha ficado bem na fotografia.
Carlos Neves responderia com uma troca táctica ofensiva, chamando o criativo Manteigas que, já no último quarto de hora, desperdiçou uma ocasião flagrante de chegar à vantagem, mas guardado estava o bocado para o Grandolense que, já nos últimos dez minutos, viria a aproveitar um novo deslize da zona central da defesa sadina, agora André Pinto, para marcar o terceiro golo e tudo parecia estar resolvido no jogo, com um certo “ar de injustiça” que viria a ser corrigida mesmo já nos derradeiros momentos quando Jean, que havia entrado para tapar o lugar em branco deixado pela expulsão de Roger, não conseguiu desviar da melhor maneira um cruzamento rijo de Manteigas e pôs a bola na sua rede.
Três a três, bom jogo, mas o Comércio bem se pode queixar de não ter tido o rigor defensivo necesário quando estava claramente em vantagem táctica e técnica na partida.
MARCADORES: 1-0, aos 11 minutos, por Besugo, com um remate em arco do lado esquerdo, a sobrevoar o guarda-redes, ainda que com a bola a ser desviada no último momento por um capricho do vento; 1-1, aos 50 minutos, por STEVE, de “livre” directo, igualmente do lado esquerdo, em arco, mas com responsabilidade para Gustavo; 1-2, aos 65 minutos, por CHAVES, a finalizar na área depois de uma falha na intercepção da defesa sadina; 2-2, aos 66 minutos, por CARRILHO, a rematar na passada, com o guarda-redes desequilibrado, depois de uma excelente desmarcação de Madruga; 2-3, aos 84 minutos, por KARADAS, com um remate forte na área, ainda a aproveitar um deslize da zona central da defesa; 3-3, aos 87 minutos, auto-golo de Jean depois de cruzamento tenso de Manteigas.
OUTROS LANCES: 42 minutos – “Canto” e Karadas, de cabeça, a rematar a rasar o poste; 67 minutos – Carrilho falha de cabeça, em excelente posição na área; 77 minutos – Manteigas isola-se e só perante Heleno atira ao alcance do guarda-redes.
DESTAQUES E ÁRBITRO: No Comércio, gostámos muito de Besugo, o melhor em campo, e dos trabalhos de Madruga, Carrilho e Marquinhos. Por parte do Grandolense, apreciámos Steve, Chaves e Sandro.
Boa arbitragem de Sérgio Lobo num jogo que teve vários lances difíceis de ajuizar. O árbitro julgou, geralmente, com bom critério.
António Elias
in: SETUBALENSE
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